Visitas à pagina

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Participação de ALEXANDRE CAPRIO na matéria "EXEMPLOS DE VIDA E DICAS DE ESPECIALISTAS PARA SUPERAR O LUTO", dos jornalistas Juliana Ribeiro e Bruno Ferro, Jornal Diário da Região, publicação de 31/10/14

Fonte: http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Divirtase/Comportamento/216701,,Exemplos+de+vida+e+dicas+de+especialistas+para+superar+o+luto.aspx
Comportamento
› Pausa para o recomeço
São José do Rio Preto, 31 de Outubro, 2014 - 1:47
Exemplos de vida e dicas de especialistas para superar o luto

Juliana Ribeiro e Bruno Ferro

Hamilton Pavam
Trabalho e família foram pontos fundamentais para Francisco José de Brito compreender melhor a morte e seguir em frente

Perder um ente querido nunca é fácil e durante a Terceira Idade o sofrimento pode ser ainda mais intenso. A boa notícia é que, após um período de luto, é possível retornar a vida social. "A perda de entes queridos é sempre algo muito difícil porque geralmente temos duas situações. Se a pessoa perde pessoas da mesma idade (amigos e irmãos principalmente), ela começa a ter a noção da possibilidade da própria morte.

Outra situação é a perda de pessoas mais novas (sobrinhos, filhos), e estas perdas são sempre dolorosas e vão contra a natureza da vida", explica a psicóloga Karina Rodrigues. Segundo a especialista, por mais que a idade traga experiência, dificilmente as pessoas estão preparados para enfrentar a perda. Para a psicóloga comportamental, Mara Lucia Madureira, pessoas normais, quando perdem algum ente querido, vivenciam o luto como um período de saudade e tristeza.

"Para sujeitos comprometidos emocionalmente, a experiência pode significar inconformidade, desespero, angústia, insônia e medo - fatores predisponentes de patologias como depressão e transtorno de ansiedade. A elaboração do luto, de acordo com Mara, requer aceitação, enfrentamento e superação. "A escolha de atitudes sensatas contribui para amenizar a dor e melhorar a qualidade de vida dos que ficam", explica.


Exemplo de força e amor

Aos 83 anos, Francisco José de Brito acorda todos os dias e vai trabalhar. Há 24 anos, ele vê a morte de perto. Ele trabalha na parte administrativa de um cemitério e conta que já ouviu e viu muita história triste. "As pessoas dizem que a vida é um aprendizado e eu posso dizer que aprendo muito mais com a morte do que com a vida. Já atendi muitas família em momentos de dor e nunca fica mais fácil.
Teve uma época que eu fiz dois meses de terapia para aprender a lidar com a dor do outros. Eu absorvia elas para mim. É impossível ficar indiferente quando você se depara com uma mãe em desespero pela perda do filho. Posso te dizer que de longe não existe dor maior. Claro, que você irá sofrer ao perder um avô, um tio, um irmão, um pai, mas nada se compara aos pais que perdem um filho. Eles descrevem como perder o chão e deve ser isso mesmo", diz.

A dor que seu Francisco sente não é apenas a dos frequentadores do cemitério. Há 12 anos, ele perdeu sua companheira de mais de 40 anos. Meses depois, um neto de 26 anos também faleceu. "Minha esposa já estava doente há anos, mas não foi nada fácil. Tinha um rotina com ela. Sofri muito. Cerca de oito meses depois, um dos meus netos, de 26 anos, descobriu que estava com câncer em estágio avantado e lhe deram um ano de vida.

Mas em 49 dias ele veio a óbito. Foi um sofrimento e tanto. É nesse momento em que buscamos força naqueles que ficaram", conta. O trabalho e a família foram fundamental para Francisco seguir em frente. "O luto é inevitável. Todos nós temos que viver um período de luto, não tem como seguir em frente no dia seguinte. Precisamos desse momento, mas não podemos encarrar a dor sozinhos.

Eu tive muita ajuda da minha família, tenho quatro filhos, cinco netos e quatro bisnetos, e eles foram e são fundamentais para superar qualquer momento de dor. E o trabalho foi outra forma que eu encontrei para não ficar pensando. Temos que buscar alternativas. Por isso que sempre que eu tenho o contato com outras família e nunca deixo de dizer uma palavra de conforto. No momento de dor, todos precisam de consolo", finaliza. 
Hamilton Pavam
Sueli Leão Ramos Tozi, que perdeu o marido, incentiva a humanização na saúde

Famerp realiza 1ª Semana da Morte

Durante uma partida de futebol, em 2006, Humberto Tozi Júnior percebeu que seu chute estava fraco. Foi procurar por especialistas e descobriu que era portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A partir daí, ele e a mulher, Sueli Leão Ramos Tozi, começaram a enfrentar a doença, que sabiam não ter cura. "Sempre na perspectiva da luta pela vida e não da proximidade com a morte."

O mesmo pensamento, porém, nem sempre acompanhou alguns profissionais de saúde que fizeram parte do tratamento. Sofreram com a falta de sensibilidade de alguns médicos. "Na última entrada na UTI, clamei para que o respeitassem e não o tratassem como morto, pois ainda havia a expectativa de vida." Humberto perdeu a batalha para a ELA em 2009. Mas Sueli decidiu contar a história do casal na fase da doença para evitar que outras famílias sofram com a falta de humanização na saúde.

Na próxima semana, o depoimento dela vai fazer parte das 1ª Semana da Morte - Pelo Direito de Morrer, realizada pela Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp). O objetivo do evento é permitir que os estudantes e profissionais de saúde tenham contato com os conceitos de vida e morte e possam refletir sobre o caminho natural da existência humana. "A morte ainda é tabu, muitos evitam a discussão. Ao mesmo tempo, o assunto está presente no dia a dia da profissão," afirma o coordenador da semana, Kazuo Kawano Nagamine.

Para ele, as discussões propostas no evento servem como complemento à formação acadêmica. "Muitos profissionais reagem mal ao lidar com o assunto." A programação inclui apresentações culturais, palestras, documentários, rodas de discussão, filmes e depoimentos. Serão debatidos temas como espiritualidade e o homem, cuidados paliativos e humanização em final de vida. O evento ocorre de segunda a sexta-feira da próxima semana (3 a 7 de novembro), a partir das 18 horas. É voltado aos profissionais de medicina, enfermagem e direito, mas toda a comunidade pode participar. As inscrições podem ser feitas na Famerp e custam R$ 35. As vagas são limitadas.


Encontro das almas

No dia 6 de novembro, às 19h30, no cemitério Jardim da Paz, acontecerá a palestra "Como enfrentar o dia a dia" com a psicóloga Araguacy Brazil Viana Neves. A entrada é gratuita e tem como objetivo tratar as "feridas da alma", falar da morte e encarar a vida. "Além disso, nas reuniões também são ensinadas maneiras para seguir em frente mesmo com a dor da perda de entes queridos e mostrar que a vida continua e que outras pessoas estão à sua volta", explica a jornalista Marcela Pinoti, idealizado do evento.


Saiba mais
Especialistas dão dicas de como é possível, após o luto, redescobrir a vida. Segue abaixo alguns passos fundamentais para o retorno social



Aceite - Aceitar é receber, sem resistência ou negação, os sentimentos doloridos da separação, lidar serenamente com a constatação de que o tempo para a resolução de pendências e de convívio com aquela pessoa se expirou

Fonte - Mara Lucia Madureira, psicóloga comportamental


Desenvolva fontes de prazer - Quando éramos crianças brincávamos de pega-pega, esconde-esconde, bola, boneca, voávamos em uma bicicleta, disputávamos uma corrida entre carrinhos de rolimã ou viajávamos pelo céu em uma pipa. Passávamos tardes inteiras embaixo de pés de jabuticabas, nos perdíamos entre amoras, mangas e até (quem não se lembra) jatobá. A criança é feliz porque tem várias fontes de prazer que o adulto, com o tempo, abandona pouco a pouco. Exatamente por isso temos tantas compulsões atualmente. Dias tensos, desgastantes e sem fonte alguma de prazer nos obriga a criar uma compensação que obtemos com comida demais, compras desenfreadas e jogos de azar.

Para que continuemos apegados à vida, ela deve ser prazerosa. Precisamos de uma âncora fincada na terra quando a pessoa que amamos se vai. Desenvolva prazeres e sonhos antigos. Aprenda a tocar um instrumento musical, planeje viagens pelo Brasil e pelo mundo, desenvolva suas habilidades em esportes saudáveis, preserve as amizades antigas mas lembre-se de desenvolver também as novas. Faça uma lista das coisas mais atraentes que existem do mundo, vá atrás delas ou as traga até você

Fonte - Alexandre Caprio, psicólogo


Tenha fé - É bom ter fé. Acreditar que destino humano segue além da vida diminui o vazio da morte, aumenta a esperança de reencontro com os caros que partiram antes, motiva a pratica do bem, intensifica a urgência em amar o próximo - aquele que está perto - pais, irmãos, cônjuges, filhos, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, os que nos servem e a quem servimos. Crer na eternidade da alma justifica cuidar bem da vida, nossa e do próximo. A impossibilidade de saber o dia da convocação para o próximo estágio e, como será naquela oportunidade, nos obriga a viver o agora com mais cuidado. A fé na vida além da morte nos obriga a melhorar nossas escolhas e perseguir objetivos mais nobres

Fonte - Mara Lucia Madureira, psicóloga comportamental


Viva o presente - Você já disse essa frase: "No meu tempo as coisas eram diferentes." Abandone essa ideia de que o seu tempo passou. O seu tempo é hoje, você está aqui agora. Possui mais experiência, mais sabedoria e pode criar coisas para ajudar pessoas com muito mais eficiência do que na época em que era um adolescente inexperiente. São muitos os que recomeçaram suas vidas depois dos 50 anos e tornam-se indispensáveis à sua comunidade. Não desperdice o seu presente mantendo os olhos no passado. Cada dia, cada minuto que perdemos com o ontem pode fazer a diferença hoje. A melhor fase da sua vida ainda pode estar por vir. Lembre-se: o mundo só vira as costas para aquele que vira as costas para si mesmo

Fonte - Alexandre Caprio, psicólogo

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Mini Curso com ALEXANDRE CAPRIO, tema "AUTO SABOTAGEM", na UNESP de Marília, em 27/10/14

Palestra com Alexandre Caprio  - Unesp Marília/SP

Palestra com Alexandre Caprio  - Unesp Marília/SP

Palestra com Alexandre Caprio  - Unesp Marília/SP

segunda-feira, 6 de outubro de 2014