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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

FOTOS MINI CURSO "O PODER DO MITO", DIA 19/08/13, NA LIVRARIA EMPÓRIO CULTURAL

Fotos do Mini curso "O PODER DO MITO", do livro de Joseph Campbell, ministrado por Alexandre Caprio, dia 19/08/2013, no café da Livraria Empório Cultural, Rio Preto Shopping, São José do Rio Preto/SP.

Mini curso com Alexandre Caprio - Livraria Empório Cultural - SJRPreto/SP

Mini curso com Alexandre Caprio - Livraria Empório Cultural - SJRPreto/SP

Mini curso com Alexandre Caprio - Livraria Empório Cultural - SJRPreto/SP



domingo, 18 de agosto de 2013

REVISTA BEM ESTAR "FOCO, META, VONTADE E AÇÃO", ARTIGO "DO SONHO À REALIDADE", PUBLICAÇÃO EM 18/08/13

Participação de Alexandre Caprio no artigo "DO SONHO À REALIDADE", páginas 6 a 9, Revista Bem Estar, Jornal Diário da Região (São José do Rio Preto/SP), jornalista Gisele Bortoleto, publicada em 18/08/2013.

REVISTA BEM ESTAR "FOCO, META, VONTADE E AÇÃO", ARTIGO "ERRO DE CÁLCULO", PUBLICAÇÃO EM 18/08/13

Participação de Alexandre Caprio no artigo "ERRO DE CÁLCULO", páginas 10 a 12, Revista Bem Estar, Jornal Diário da Região (São José do Rio Preto/SP), jornalista Gisele Bortoleto, publicada em 18/08/2013.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O DSM-V e a fabricação da loucura

Fonte: CEBES (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde)

Autores: 
Fernando de Freitas
Paulo Amarante
Originalmente publicado em 25.03.2013



Entre os dias 18 e 22 de maio, durante o congresso anual da Associação de Psiquiatria Americana (APA), foi oficialmente apresentada a nova edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM).
O DSM-V chega precedido por uma forte rejeição nos meios psi.  Por todos os cantos do mundo estão aparecendo petições, chamadas ao boicote, declarações, artigos  e livros publicados, assinados principalmente por especialistas, denunciando o Manual como uma obra "perigosa" para a saúde pública. 
A questão de base é que o DSM-V, mais do que nas versões anteriores, fabrica doenças mentais; o que faz com que enormes contigentes populacionais  passem a ser considerados doentes e, como consequencia, a consumir medicamentos psiquiátricos. 

É bem verdade que as versões anteriores também vieram a público provocando controvérsias. Publicado pela primeira vez em 1952, com uma lista de menos de 100 patologias (de inspiração freudiana, assim como a edição de 1968), a cada nova edição um número maior de categorias de doenças mentais aparece. A edição ainda em vigor, o DSM-IV, apresenta 297 patologias mentais. Através da versão preliminar disponível na Internet desde 2010, estima-se que o DSM-V tenha um número ainda maior de categorias de diagnóstico.

Esse aumento crescente das categorias de diagnóstico sugere haver uma tendência inexorável da psiquiatria para transformar comportamentos e experiências do cotidiano em patologias mentais, o que tem sido objeto de crítica a cada nova edição que aparece. 

Nos Estados Unidos, onde o movimento contra o DSM começou, um dos críticos mais contundentes é o próprio Allen Frances, o psiquiatra que dirigiu a edição precedente. O prestigioso Instituto Americano de Saúde Mental (National Institute of Mental Health, NIMH) se negou a ver o nome da entidade associado ao DSM-V. Esse fato político é da maior relevância, na medida em que o NIMH é o maior patrocinador da pesquisa em saúde mental em escala mundial. "Os pacientes que sofrem de doenças mentais valem mais do que isso", justificou seu diretor, Thomas Insel, em um comunicado, explicando que o NIMH "reorientaria suas pesquisas fora das categorias do DSM", devido ao fato da sua fragilidade no plano científico.

Na França, o combate vem se dando há pelo menos cinco anos, pelo coletivo Stop DSM , conforme noticiado pelo Le Monde em sua edição de 15 de maio último. Os profissionais que formam esse coletivo se insurgem contra o que eles chamam de "pensamento único" do Manual. Recomendamos a leitura do manifesto do movimento em sua versão em português.

Apesar da vultosa soma de dinheiro empregado para a elaboração do DSM-V, cerca de 25 milhões de dólares, o Manual parece deixar muito a desejar sobre o plano científico. Uma das principais críticas é que a sua lógica está mais do que nunca profundamente dominada pelos interesses da indústria dos psicofármacos. O conflito de interesses intelectuais parece estar hoje escancarado, conforme foi denunciado, por exemplo, por ninguém nada menos do que Allen Frances. 57 associações de saúde mental propuseram um exame independente, o  que foi  ignorado pelos formuladores do  DSM-V.

Novas patologias têm sido sugeridas, algumas bastante bizarras, como por exemplo, a "síndrome de risco psicótico".  A propósito, Allen Frances tornou pública a seguinte observação, feita após uma conversa com um colega: "Esse médico estava muito excitado com a idéia de integrar ao DSM-V uma nova entidade, a ‘síndrome de risco psicótico', visando a identificar precocemente transtornos psicóticos. O objetivo era nobre, ajudar os jovens a evitar o fardo de uma doença mental severa. Mas eu aprendi trabalhando nas três edições precedentes que o inferno está cheio de boas intenções. Eu não poderia permanecer em silêncio". Essa patologia parece ter sido retirada da versão final. 

Mas há outras patologias que parece que virão, como "transtornos cognitivos menores".  O coletivo francês Stop DSM, prevê que a perda da memória fisiológica com a idade irá se tornar uma patologia em nome da prevenção da doença de Alzheimer. Podemos bem imaginar numerosas pessoas com a prescrição de testes inúteis e custosos, e com medicamentos cuja eficácia ainda não foi de fato validada e cujos efeitos a longo prazo são desconhecidos.

Outro exemplo é a patologização do luto, com a ampliação dos "transtornos de depressão".  Quer dizer, após duas semanas de luto, com a aparência deprimida do enlutado será possível diagnosticar episódios depressivos maiores e com isso a prescrição de antidepressivos.  

Finalmente, mais um exemplo: "transtorno de desregulação pertubadora do humor".  O que  certamente  levará  a  que banais  cóleras  infantis sejam transformadas em  uma  patologia  mental. 

Para  concluir, mais uma outra citação  de Allen  Frances:  "Quando nós  introduzimos no  DSM-IV a  síndrome  de  Asperger,   forma menos  severa  de  autismo,  nós  havíamos estimado que   isso  multiplicaria o  número de casos por três. De  fato,  eles  foram multiplicados por  quarenta,  principalmente porque  esse diagnóstico permite ter  acesso  a  serviços particulares  na escola  e fora  dela. Por  conseguinte,  ele  foi colocado  em crianças que não tinham todos  os critérios". 


No Brasil, o 18 de maio é um dia que representa para nós o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, expressão nacional de luta contra todas as formas de violência, exclusão, mercantilização e medicalização do sofrimento e da vida cotidiana. Nós nos solidarizamos às dezenas de entidades que estão se manifestando neste momento frente à sede do Congresso da APA, em San Francisco, Los Angeles, USA. São usuários dos serviços psiquiátricos que se consideram “Sobreviventes do Sistema Psiquiátrico”, são os profissionais de saúde mental e de pesquisa, reunidos contra o DSM-V e sob a palavra de ordem Occupy APA in San Francisco. Queremos aproveitar a ocasião para lançar aqui no Brasil o nosso movimento BASTA DSM.

*Professores e pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde mental e Atenção Psicossocial (LAPS;ENSP;Fiocruz) e Diretores Nacionais da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme). Paulo Amarante é ainda Diretor do Cebes e da Revista Saúde em Debate.



Matéria em sua fonte original (CEBES):
http://cebes.org.br/verBlog.asp?idConteudo=4462&idSubCategoria=56

terça-feira, 13 de agosto de 2013

MINICURSO "O PODER DO MITO", com ALEXANDRE CAPRIO

Imperdível pra quem gosta de mitologia, filosofia e comportamento!!! Minicurso sobre o livro "O Poder do Mito", de Joseph Campbell, com o psicólogo cognitivo-comportamental Alexandre Caprio. Esse livro é fantástico!!! "Quando você está no caminho da sua bem-aventurança o Universo conspira a seu favor". Inscrições gratuitas! Na próxima segunda, 19/08.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

DICAS SIMPLES PARA PREVENIR A HIPERTENSÃO ARTERIAL

 

A hipertensão arterial é uma das doenças mais perigosas da nossa atualidade. Silenciosa, muitas vezes sem qualquer sintoma, gera efeitos repentinos e fatais. Muitos infartos, isquemias e derrames, fatais ou não, podem ser derivados da hipertensão arterial.

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma elevação persistente dos níveis da pressão arterial a valores iguais ou maiores do que 140mmHg por 90mmHg (14 por 9), determinados em mais de duas medições, com aparelho calibrado e por um profissional treinado.

A hipertensão pode não apresentar sintomas, o que é muito comum. Nesse caso, a pessoa permanece meses e até anos sofrendo os danos causados sem sentir nada. As complicações da hipertensão aferam olhos, vasos do cérebro, coração e rins.

FATORES QUE PREDISPÕEM A HIPERTENSÃO:
  •  Idade – a pressão arterial aumenta à medida que envelhecemos;
  • Estresse - a forma como encaramos os nossos problemas é um fator determinante. Pessoas intolerantes ou com fácil oscilação de humor estão mais suscetíveis a elevação da pressão arterial;
  • Obesidade;
  • Uso de cigarros e derivados do tabaco;
  • Uso descontrolado de bebida alcoólica;
  • Ingestão descontrolada de sal;
  • Hereditariedade – filhos e parentes de hipertensos têm mais chances de se tornar hipertensos;
  • Sedentarismo – a falta de atividade física contribui para o aumento da pressão arterial. 
  • Atividade física - consultando sempre um profissional para a devida avaliação;
  • Raça Negra – as pessoas da raça negra são as que apresentam as formas mais graves de hipertensão;
  • Ingestão de alimentos ricos em gordura – dê preferência à carne branca e verduras. Evite embutidos, enlatados, frituras e molhos;
  • Diabetes - portadores de diabetes têm duas vezes mais chances de desenvolver hipertensão;
  • Estresse – situações que levam aos estados de ansiedade também podem elevar a pressão arterial.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

NÃO ESTÁ LÁ





















A alegria não está naquela cápsula de Fluoxetina.
A paz não está naquele comprimido de Rivotril.
O reconhecimento não está naquele automóvel sedan.
A autoaceitação não vem em caixas de roupas caras.
O respeito não está na conta prime do seu banco.

Por mais que a indústria tente convencer você do contrário, existem coisas que não estão à venda. A felicidade é uma delas. Ela não pode ser encontrada em produtos, não pode ser adquirida com prestação de serviços. Ela não está lá, ela está aqui, dentro de cada um de nós. Só espera nossa atenção, cultivo e dedicação.

Quando você aprender que não é possível ser feliz sem o devido merecimento, quando compreender que não é possível colher frutos que dependem exclusivamente de nosso desenvolvimento interior, parará de tentar se apropriar da felicidade como um produto qualquer. Aprenderá a respeitá-la, a vê-la como algo muito mais sutil e, só assim, ela finalmente chegará de mansinho e se apresentará a você.




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

FOI DEUS QUE QUIS



Eu começo a maioria das minhas palestras fazendo a seguinte pergunta: pode realmente a mente matar um ser humano? A resposta é sim. A maioria dos óbitos foram causados pela mente, de uma forma ou de outra. O que nos faz pensar de forma errada, é que colocamos a culpa no órgão onde se deu a lesão fatal. A culpa é, por exemplo, do coitado do coração, que não agüentou nossa forma de lidar com a realidade. Você enche uma bola com mais ar do que ela pode agüentar e ela estoura. A culpa é da bola? Foi a bola que se estourou? Você bate uma motocicleta em uma parede e a culpa é da motocicleta? Ou vai me dizer que é da parede?

Infartos, derrames, isquemias, falhas renais e até infecções são, na maioria das vezes, resultado de nosso comportamento. Nosso comportamento é fruto de nossos pensamentos e emoções. Portanto, nossa forma de pensar pode destruir nosso bem mais precioso: nosso corpo. O que acontece com uma ferramenta que você usa mal? Oras, ela quebra ou dá defeito! O que acontece se você não cuida dessa ferramenta ou a abandona? Ela enferruja! O mesmo acontece conosco. Pessoas ociosas enferrujam, pessoas que aceleram o coração toda hora, sem necessidade, estouram o motor, as correias ou as mangueiras de sua máquina cedo ou tarde. Somos uma nave espacial em uma aventura pelo cosmos. Você não sobrevive lá fora sem a sua nave. Precisa dela, depende dela. Sabendo disso, você se preocuparia apenas coma lataria dessa nave, dando uma lavadinha ou fazendo um polimento só porque é a parte que todo mundo vê?


Seu corpo não é um celular. Você não pode desprezá-lo e nem descartá-lo. E ainda é muito difícil achar peças de reposição. Não se compram em qualquer loja e, além do mais, não ficam perfeitas. São muitas as pessoas que morrem por negligência para, depois, alguém dizer “foi Deus que quis assim”. Deus? Não culpe Deus por ter te dado uma Ferrari que você, com seu livre arbítrio, transformou em um Fusca. Lembre-se que, quanto mais você cantar pneus em seus “cavalos de pau” por aí, menor será a quilometragem percorrida na sua estrada da vida. A responsabilidade (e a vontade) não é de Deus. Ela é sua, somente sua. Pense nisso!



terça-feira, 6 de agosto de 2013

ENTENDENDO A DEPRESSÃO


As vítimas do transtorno de depressão estão aumentando. É o que diz a Organização Mundial de Saúde, que também faz um importante alerta: dentro de 20 anos, a depressão matará mais do que o coração.




Mas como pode um mal que não é causado por um vírus ou bactéria ser tão real e causar tamanho estrago? Não seria “frescura”, falta de trabalho, ou sinal de fraqueza?

Embora muitas pessoas desejem que a resposta a essa pergunta seja simples como as hipóteses apresentadas, a resposta é não. Uma das causas que fazem da depressão uma ameaça crescente é o desdém e a desinformação. A depressão é um desequilíbrio da química cerebral. Há uma queda da neurotransmissão, ou seja, do nível de substâncias responsáveis pela comunicação entre um neurônio e outro. As substâncias que mais sofrem essa redução são a serotonina, dopamina e noradrenalina. As duas primeiras são grandes responsáveis pela geração de prazer e bem estar.


As causas podem ser:
  • Genéticas: pessoas com parentes próximos que sejam vítimas da depressão podem ter até três vezes mais chances de desenvolver o transtorno;
  • Stress: uma dos grandes gatilhos da primeira crise depressiva. O stress é causado pela falta de habilidade em lidar com uma situação de difícil aceitação, que pode estar relacionada ao ambiente de trabalho, afetivo ou social;
  • Drogas: o abuso de álcool, medicamentos e drogas ilícitas interferem na comunicação dos neurônios e podem gerar desequilíbrio da neurotransmissão;
  • Doenças: derrames, tumores, hipotireoidismo e outros transtornos como a ansiedade podem desencadear um episódio depressivo;
IMPORTANTE: É muito comum que um indivíduo com Transtorno de Ansiedade desenvolva também o Transtorno de Depressão por conta do stress sentido em diferentes tipos de situação.

NÍVEIS DE DEPRESSÃO:
LEVE: Abatimento + perda de interesse + 2 ou 3 sintomas abaixo relacionados. O indivíduo pensa que só está cansado, cancela alguns compromissos sociais e é capaz de desempenhar a maior parte de suas atividades cotidianas.

MODERADA: Abatimento + perda de interesse + 4 sintomas abaixo relacionados. O indivíduo tem dificuldade em manter sua rotina, em se concentrar, lembrar de nomes, tomar decisões simples e passa a cometer deslizes no trabalho, o que acelera a queda da confiança e autoestima;

GRAVE: Abatimento + perda de interesse + 5 ou mais sintomas abaixo relacionados. O indivíduo não consegue desempenhar atividades simples, torna-se relapso em relação a sua higiene pessoal e passa a faltar do trabalho. A sensação de vazio e ausência de prazer leva à ideação suicída.












SINTOMAS (a serem acrescidos nos níveis acima)
Na depressão, os sinais listados a seguir ocorrem ao longo de, no mínimo, duas semanas:
  • Perda ou ganho de peso;
  • Aumento ou diminuição do sono;
  • Alteração da libido sexual;
  • Falta de paciência, irritação;
  • Desesperança, pessimismo;
  • Choro fácil;
  • Agitação ou lentidão dos movimentos;
  • Fadiga ou perda de energia;
  • Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva;
  • Redução da capacidade de raciocínio, concentração e tomadas de decisão;
  • Pensamentos recorrentes de morte e tentativas de suicídio.

A predominância da depressão, de acordo com o gênero sexual é de um homem para cada duas mulheres. Depois dos 50 anos, a incidência é quatro vezes maior no sexo feminino.

O uso de antidepressivos, como única alternativa de tratamento não é eficaz. Torna-se importante tratar o transtorno com o apoio da psicoterapia. O princípio ativo do medicamento aumentará artificialmente a neurotransmissão, mas não eliminará o estímulo causador. Se for, por exemplo, um fator estressor e desencadeador da depressão permanecer presente na vida do indivíduo, o estímulo permanece inalterado e recorrência do transtorno também.

Na terapia, o paciente aprende a reorganizar seus pensamentos, emoções e comportamentos, criando novas habilidades para lidar com as situações ao seu redor. Se a ameaça do meio em que vive diminuí, os pontos de stress e a ansiedade também caem, induzindo ao relaxamento e aumento da sensação de prazer. Dessa forma, a retomada da vida profissional, afetiva e social pode acontecer com mais eficácia, diminuindo o risco de uma reincidência.


Fonte:
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR);
Classificação Internacional de Doenças (CID-10);
Ricardo Moreno (psiquiatra).

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

#partiuserfeliz#


As pessoas se perguntam sobre o motivo de alguns relacionamentos tidos como perfeitos terminarem. Dizem coisas do tipo “eles tinham sido feitos um para o outro”, ou ainda, “mas eram tão felizes”. 
Não são todos os casos, mas é cada vez maior o número de pessoas publicando a felicidade ao invés de vivê-la. 


Eu vejo isso naquela menina que vai a uma festa e bate 30 fotos para colocar no face. É tanto flash que deve dar para fazer clareamento. Depois senta em um canto e fica esperando as curtidas e as clássicas frases “lindaaaaaa” e “maravilhosaaaaa”. Na minha opinião, essa menina e um mendigo com um chapéu no chão são a mesma coisa, ambos necessitados. Na festa mesmo ela não foi e nem viu direito quem estava lá. Mas a foto ficou bonita, ela estava sorrindo, e isso é tudo o que importa.


Eu vejo isso naquele casal que se casa e não vai ao casamento. Passa a festa inteirinha fazendo o que os fotógrafos mandam. Batem mais de 1000 fotos de todas as formas possíveis até dar câimbra nos músculos da face, para fazer um álbum que vai ser folheado 15 vezes nos próximos 30 anos, e ficará muito bem guardado na parte debaixo da estante da sala. O registro exaustivo do momento simplesmente destrói o momento, mas parece ser mais importante que tudo. Esse mesmo efeito também acontece com o sujeito que viaja e passa dia e noite filmando e fotografando tudo o que tem pela frente, para que, em casa, possa ver por onde andou. Poderia ter economizado tanto esforço ligando a TV.


E, chegando ao ponto que realmente interessa, existem pessoas exibindo namorados como troféus no facebook. A maioria das pessoas que fazem isso são mulheres (ah, essa eterna guerrinha das mulheres). Claro que tem gente se curtindo de verdade e registrando isso na rede. Não são essas as pessoas ao qual me refiro. As pessoas que realmente se curtem, postam uma variedade muito maior de coisas do que aquela que tem como verdadeira intenção, uma medição de forças e auto-afirmação perante as “amigas”. Literalmente publicam o namorado e, penso eu, isso é um verdadeiro tiro no pé. Transformam o cara no superman e, claro, intensificam a concorrência. Depois, se acontece alguma coisa, bradam frases sobre inveja, traição e falsidade: “mas justo com a minha melhor amiga?” Pois é... Acontece que as pessoas mais próximas a você são os maiores alvos do seu marketing. Colher o que se planta não é traição, é reação. Aprenda a manter sua vida particular na esfera particular. Não use a pessoa que está ao seu lado como troféu, não use suas amigas como degraus e, com certeza, as chances de usarem seu namorado serão menores. 
Pense nisso!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

PODER E BELEZA



A beleza é um poder difícil de ser administrado. Eu já vi meninas lindas que não precisaram lutar por quase nada, porque a beleza abria portas e mais portas para elas. Só precisavam aprender um vocabulário básico, não muito limitado, ter alguns pensamentos e ideias comumente usados em elevadores e barzinhos e pronto: podiam concentrar toda a energia restante em academia, roupas, maquiagem, caras, bocas e poses. Mas o tempo passa e a beleza escorre devagarinho pelas mãos, como areia fina. E viver uma vida em função de um poder que será inevitavelmente perdido pode ser uma coisa muito perigosa. Quem se apega demais à beleza normalmente discrimina e repudia em silêncio a velhice. Só não diz isso abertamente porque é feio, é politicamente incorreto. Mas morre de medo de perder seu único poder. O que será da pessoa que pensa assim, que desperdiça dia a dia a chance de desenvolver qualidades resistentes ao tempo? Simples, meus amigos. Essas pessoas terminam se detestando, detestando o tempo em que vivem e se refugiando em memórias. Passam por um dos processos mais dolorosos que eu conheço na alma humana: a perda irremediável da autoaceitação. Tornam-se sombras do que foram e concentram o resto de suas energias no encalço de ouvidos que escutem suas glórias passadas, mendigando atenção. Quando cai a noite, já em suas camas, não conseguem dormir. São obrigadas a ouvirem uma voz aguda gritando dentro da mente que a vida terminou antes da hora e a amarga sensação de que tudo poderia ter sido diferente.


Alexandre Caprio
Agosto de 2013