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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

MULHERES A BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

Fonte: participação de Alexandre Caprio em matéria publicada pelo Jornal Diário da Região (São José do Rio Preto/SP), jornalista Francine Moreno, em 31/01/2012:http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Divirtase/Comportamento/86734,,Mulheres+a+beira+de+um+ataque+de+nervos.aspx


Comportamento
› Alerta
São José do Rio Preto, 31 de Janeiro, 2012 - 1:45
Mulheres a beira de um ataque de nervos

Francine Moreno



Banco de Imagem/Divulgação
Você já conheceu alguém com medo de estar em lugares muito cheios? Independente da resposta, saiba que isso ocorre com pessoas de todo o mundo, mas, curiosamente, tem concentração maior em mulheres ansiosas e com mais de 40 anos. O medo de multidão e de lugares abertos é chamado de agorafobia. Existem pessoas que começam a apresentar os primeiros sintomas ainda crianças, provocadas por meio de cobranças e expectativas familiares. Com o avanço da idade, a doença pode se agravar, impossibilitando a pessoa até de sair de casa, sob o risco de sofrer ataques de ansiedade e pânico.

Quando se veem dominadas pela síndrome e, essas pessoas podem ficar incapazes de realizar tarefas simples, como ir ao supermercado, caminhar na rua ou ir ao cinema. Atrizes como Mylla Christie, Adriana Esteves, Sabrina Parlatore e Renata Dominguez revelaram ter sofrido exaustivamente por causa do transtorno.

A prevalência em mulheres é maior porque existem muitas cobranças sociais em relação a elas: beleza, casamento e filhos, sobrecarga de responsabilidade em relação ao cônjuge. Os hormônios femininos também podem influenciar. Aumentam as ocorrências de ataques justamente no período que antecede a menstruação. Os sintomas de quem sofre de agorafobia vão desde aceleração cardíaca, sudorese e rubor até tremores no corpo e na fala.

As vítimas descrevem os sintomas como a sensação de morte. A respiração dispara e o indivíduo assimila uma quantidade maior do que a necessária de oxigênio (hiperventilação), causando sensação de tontura e princípio de desmaio. Uma característica do transtorno é a sensação de medo diante de qualquer situação tida como normal. “Passa a ser difícil enfrentar situações tidas como normais. Apresentar um trabalho na sala de aula, falar com o chefe, fazer provas ou ir a um ambiente social”, afirma o psicólogo cognitivo comportamental Alexandre Caprio.

O perfil de quem sofre de pânico costuma ser de pessoas que cobram muito de si e dos demais, perfeccionistas e estressadas. A pessoa costuma também ter um conjunto negativo de crenças sobre si mesma (baixa autoestima). Com medo de receber rótulos ou críticas, evita rotinas comuns na esfera profissional, social e pessoal. Uma das causas da agorafobia é predisposição genética, mas ter um parente com o transtorno não é um resultado final. Fatores emocionais e ambientais influenciam principalmente pessoas predispostas.

A primeira crise pode vir depois de um fracasso na vida pessoal, como a perda de emprego ou sofrimento por algo irreparável, como a morte de um parente. Célia Resende, autora do livro “Síndrome do Pânico Tem Cura”, da editora Nova Era, afirma que nem sempre a síndrome é ativada. Alguns casos, embora afetando a qualidade de vida, podem passar despercebidos pela maioria das pessoas que convivem com a vítima.

“São pessoas que vivem o mínimo de suas potencialidades, acuadas, não ousam gestos mais amplos e contentam-se com pouco.”Se não tratada, a ansiedade pode evoluir e tornar-se extremamente prejudicial ao equilíbrio do indivíduo. “A depressão tem alto índice de comorbidade com a ansiedade, e a progressão de ambas pode levar à morte. Infartos do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e suicídio são algumas das consequências”, afirma Alexandre Caprio.

Dieta saudável atua na prevenção

O tratamento para transtornos de ansiedade envolvem apoio psicológico e medicamentoso. “Devem ser realizados paralelamente. Os medicamentos precisam de supervisão médica. O não acompanhamento pode levar à dependência química e piora do quadro”, afirma o psicólogo cognitivo comportamental Alexandre Caprio.

Célia Resende, autora do livro “Síndrome do Pânico Tem Cura”, da editora Nova Era, afirma em seu livro que, no processo de cura, a melhor maneira é prevenir. Álcool, drogas e cafeína encontradas no café, mate e nos chás, por exemplo, aumentam a porcentagem de estresse. O tratamento deve ser completado com exercícios físicos, que ajudam a liberar a endorfina, um antidepressivo natural que provoca alívio e bem-estar.

Os novos hábitos devem incluir uma alimentação consciente. “Rica em triptofano, aminoácido precursor da serotonina, entre eles a banana, o tomate e o chocolate, em especial o amargo”, afirma Célia. Segundo ela, somente quando os traumas são liberados, e a autoconfiança e força de vontade são fortalecidas, é que torna-se possível criar uma estrutura mental capaz de provocar a “reforma íntima”.



domingo, 29 de janeiro de 2012

REVISTA BEM ESTAR "VIVA O AMOR"

Participação de Alexandre Caprio no artigo "Coragem para dizer adeus", páginas 08 e 09, Revista Bem Estar "Viva o Amor", Jornal Diário da Região (São José do Rio Preto/SP)Gisele Bortoleto, em 29/01/2012.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O NARCISISTA PODE MINAR RELACIONAMENTOS E AFASTAR AMIGOS

Fonte: participação de Alexandre Caprio em matéria publicada pelo Jornal Diário da Região (São José do Rio Preto/SP), jornalista Francine Moreno, em 26/01/2012http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Divirtase/Comportamento/86545,,O+narcisista+pode+minar+relacionamentos+e+afastar+amigos.aspx


Comportamento
› Egocêntrico
São José do Rio Preto, 26 de Janeiro, 2012 - 1:45
O narcisista pode minar relacionamentos e afastar amigos

Francine Moreno



Lézio Jr.
Você costuma descrever o seu dia a dia no Facebook? Tem divulgado no Twitter suas conquistas e bens? Tem o hábito de falar abertamente sobre seus relacionamentos “perfeitos” em público? Acha que o mundo gira em torno de você? Se sim, você pode ser diagnosticado como o que se conhece comumente por narcisismo. Você pode até pertencer à variedade mais branda, mais normal, mas não menos prejudicada pelo próprio comportamento.

Atualmente, pergunta-se com frequência se narcisistas são bons ou ruins para a sociedade. Existem respostas para todos os gostos, embora haja certo acordo de que pessoas com egos inflados podem representar certo perigo. Egocêntricos costumam relacionar-se de forma superficial e costumam se achar superiores. Gostam de se expor nas rodas de amigos, não admitem que outro chame mais atenção e esperam sempre que alguém narre suas qualidades.

Os narcisistas ocupam parte de sua energia angariando elogios, desejando a aprovação e a admiração. Muitas vezes, não têm noção sobre como as situações parecem da perspectiva dos outros. Sensíveis ao serem ignorados, os narcisistas gostam de exibir suas conquistas e de falar sobre seu corpo ou beleza. A geração da internet é ainda mais narcisista e adora exibir sua vida sempre em perfeita ordem, mostrar seus bens e conquistas materiais na rede.

Mas será que os narcisistas são felizes? De acordo com a psicóloga cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira, o narcisista precisa ser valorizado para se sentir admirado. O problema é que a convicção é instantânea. “Ele precisa repetir infinitamente o ritual para poder acreditar novamente. É mais ou menos como o efeito do crack, por ser tão breve, a pessoa precisa consumir a droga o tempo todo para obter a sensação de gratificação.”

Existem diferentes causas para explicar a necessidade de autoafirmação do narcisista. Segundo Mara, uma das origens está ligada ao convencimento. “Ele pode acreditar que convence os outros. É quase a mesma coisa quando você aprende que tem de se valorizar e ter pensamento positivo. Então, a maioria das pessoas pensa que isso tem a ver com enaltecer a si próprio e afirmar que é bom. Ele imagina que afirmar repetidas vezes acabará convencendo as outras pessoas.”

Outra explicação é porque não se considera bom o bastante como pessoa. “Ele precisa acrescentar mais itens no rol de características para elevar sua reputação”, afirma Mara. Quando exibe suas posses (diferente de compartilhar com pessoas íntimas ou interessadas), o narcisista envia uma mensagem. “Você está vendo o meu poder? Eu sou realmente bom, não sou?”, afirma Mara.

Segundo a psicóloga, se alguém se opõe ao narcisista, ele trata de imediatamente encontrar justificativas racionais para a oposição. “Atribui a discordância à inveja, incapacidade do outro, entre outros, para retirar de si o medo de não ser tão bom quanto julga ideal.” Alexandre Caprio, psicólogo cognitivo comportamental, afirma que a rebeldia é comum.

“Ao se sentir frustrado, o narcisista rotula as pessoas como incapazes de compreender sua verdadeira importância.Inferioriza e desclassifica as realizações alheias, assim como a forma como conduzem suas vidas. Pretende, com isso, aumentar a desigualdade que pensa haver entre ela e os demais.”

Aceitação

Aceitar-se do jeito que se é é positivo. Pessoas bem resolvidas não precisam de exposição e da necessidade de aprovação. “Tem um ótimo funcionamento da personalidade, sem traços patológicos de narcisismo e com boa autoestima. Elas estão seguras sobre quem são, do que podem ou não e convivem bem com isso”, afirma Mara.

Segundo a psicóloga, pessoas saudáveis nesse sentido se ocupam em buscar meios de aprimoramento. “Tentam ser melhores por meio de ações consistentes e significativas, que vão além de seus próprios umbigos. As preocupações saudáveis têm propósitos mais amplos, não se limitam à satisfação do próprio ego”.

Ajude um narcisista

O primeiro passo para conviver com um narcisista e ajudá-lo com informação. A família deve levar sua suspeita até um profissional para que seja realizado o devido diagnóstico. O psicólogo cognitivo comportamental Alexandre Caprio afirma que o narcisista pode oferecer resistência a um tratamento. “Os psicólogos desenvolvem a quebra dessa resistência ao longo das sessões por meio da conquista da confiança e da transmissão de informações.” Como se trata de um transtorno que se desenvolve desde a infância, esse pode ser um trabalho metódico.

O segundo passo é dar mecanismos para que o narcisista identifique suas crenças e estratégias diárias. “Para isso, a terapia já deve estar em andamento”, afirma Caprio. A família, de acordo com o especialista, é um agente importante nesta fase. “Ela deve estar preparada para ajudar e não criticar na modificação do comportamento. Auxiliá-lo a registrar seus pensamentos e emoções quando deseja demonstrar superioridade ajuda a identificar os mecanismos automáticos que estão por trás de sua postura.”

Quando o paciente compreende que a mudança de seu comportamento traz benefícios maiores do que os que eram obtidos com a autoafirmação, o processo de melhora pode acelerar. “Os ganhos pessoais (relacionar-se sem exaurir o cônjuge), sociais e profissionais (tornar-se desejável em novos grupos) diminuem o comportamento antigo por oferecer diferencial prático que levam o sujeito a um crescimento real”, afirma Caprio.

De acordo com a psicoterapia corporal e sistêmica Renata Terruggi, o narcisista em busca de equilíbrio deve aprofundar seus conhecimentos a respeito de sua história pessoal por meio do autoconhecimento. Um tratamento psicoterapêutico pode auxiliar a fortalecer a autoimagem. “A descoberta advinda de um processo criativo terapêutico favorece a sustentação de transformações e de seus significados existenciais. É um caminho para a reconexão humana necessária à evolução, da esfera íntima à profissional.”







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Fonte: Colaborou Cecília Dionizio