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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Alexandre Caprio é o terceiro no lançamento da série Conhecimento que Transforma

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Carlos Petrocilo
Alexandre Caprio concebeu o livro a partir da convivência com pacientes com depressão
Alexandre Caprio, psicólogo cognitivo-comportamental e colunista da Revista BEM-ESTAR, do Grupo Diário da Região, lança o livro Devorador de Almas neste sábado, 29, no Riopreto Shopping Center. Ele concebeu a obra a partir da convivência com pacientes de transtorno de depressão. É o seu primeiro livro. E, em meio à concorrência que debruça sobre o assunto, Caprio teve o cuidado de construir uma obra concisa, dispensando longos textos. 
“Sempre peço aos pacientes como tarefa para casa que leiam alguns livros que indico. Quase sempre eles param porque não conseguem manter a leitura de um livro de 300 páginas no estado em que estão”, explica. Durante a manhã de autógrafos, o psicólogo e escritor conduzirá a palestra Depressão, Resiliência e Obstinação - Superando Desafios. O livro é a terceira publicação da série Conhecimento que Transforma, idealizada pela Pericoco Editorial e realizado por meio da parceria entre o Riopreto Shopping e a Revista BEM-ESTAR.
Segundo Caprio, embora a doença ainda seja ignorada e até desdenhada, é uma ameaça global. “Autoridades governamentais investem atualmente somas exorbitantes na distribuição de antidepressivos, mas ainda temos tratamentoS psicológicos em níveis insuficientes”, diz. A desinformação é uma grande vilã, segundo Caprio. Na sociedade, há o risco de o paciente receber um tratamentos nada carinhosos e ser chamado de preguiçoso e ingrato, piorando ainda mais o quadro e levando a pessoa ao suicídio. “Desinformada, a família critica o doente.”
O nome da publicação, Devorador de Almas, é impactante. Na visão do psicólogo, é o mais apropriado para tratar de um doença que altera ações e desejos incontrolavelmente. “Comparei a depressão a uma entidade que se apodera da mente, drena sua energia vital e, depois, descarta a carcaça, como uma grande aranha espectral”, reflete. Caprio dividiu a obra em três partes. A primeira é inédita e reúne os quatro capítulos que dão nome ao livro. 
A segunda parte traz dois apêndices que servem como complemento dos quatro capítulos iniciais. E a terceira reúne 12 artigos publicados por ele na Revista BEM-ESTAR, veiculada aos domingos no Diário da Região. Entre os temas, Caprio aborda os motivos que levam as pessoas a terminarem relacionamentos, relação de dominação afetiva e profissional, dependência virtual, narcisismo, direção da vida seguindo desejos próprios ou alheios e relação entre loucura e equilíbrio.

Dicas
Não há uma alma bondosa ou não livre desse mal. Tudo na vida, segundo Caprio, tem que ter um sentido e uma função realizadora. Esse senso de utilidade reafirma constantemente nossa identidade e nosso lugar no mundo, mantendo a mente sadia e longe da maioria dos transtornos mentais da atualidade. “Sofremos com eventos que não acontecem, com frustrações baseadas em expectativas falsas, com ilusões que insistimos em cultivar de forma avessa às nossas ações. A vida não é uma ameaça nem difícil. A vida não é uma luta. Tudo depende de nossa interpretação.”
Ao longo do seu trabalho no consultório, o psicólogo detectou que o principal erro para quem sofre com a depressão é considerar que está no controle da situação e que não querer mais viver é uma escolha baseada em seu livre arbítrio. Há um completo engano. “O transtorno induz ao esvaziamento químico. Nossos neurotransmissores, responsáveis por nossas emoções, deixam de fluir entre as células cerebrais, apagando nossa luz pouco a pouco e nos deixando sem vontade de fazer nada, até que a ideia de morrer passe a ser vista como uma saída. Mas a ausência de luz é luz? Não, ela não é e, da mesma forma, a ausência de desejo não é nosso desejo”, diz Caprio.
“Uma pessoa com ideais suicida está sendo enganada pelo transtorno, porque acha que está tendo poder de escolha, quando na verdade, está sendo empurrada rumo ao precipício”, complemente. Outra dica, segundo Caprio, é deixar de tratar os transtornos mentais como mitos e tomar cuidado diante da enxurrada de informações na internet. Ele comenta que ouve pessoas dizendo que são ansiosas, outras que são depressivas, e faz um comparativo. “Oras, se você pega gripe, sai por aí dizendo que ‘é uma gripe’? Nós não somos os transtornos mentais; nós temos transtornos mentais e podemos vencê-los com tratamento”, sinaliza.
Serviço
  • Lançamento do livro O Devorador de Almas, de Alexander Caprio. Amanhã, às 10h. Sala VIP do Multiplex, no Riopreto Shopping Center. Gratuito

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