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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

PESSOAS COM SÍNDROMES DE MÜSCHAUSEN FINGEM ESTAR DOENTES

Fonte: participação de Alexandre Caprio em matéria publicada pelo Jornal Diário da Região, São José do Rio Preto/SP, jornalista Francine Moreno, edição de 26/09/2012:
http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias/Comportamento/110820,,Pessoas+com+Sindrome+de+Munchausen+fingem+estar+doentes.aspx

Comportamento
› Vilão fictício
São José do Rio Preto, 26 de Setembro, 2012 - 1:44
Pessoas com Síndrome de Münchausen fingem estar doentes

Francine Moreno

Lézio Junior
Se você acha difícil conviver com uma pessoa hipocondríaca, imagine conviver com um a pessoa vítima do transtorno factício? A Síndrome de Münchausen é a forma crônica (mais grave) do transtorno, em que a pessoa finge dramaticamente estar doente, com a habilidade de criar sinais e sintomas de forma que ela necessita de internações em hospitais e até cirurgias invasivas.

A síndrome atinge homens e mulheres de diferentes idades, normalmente solitários, mas é mais comum em idosos. E o objetivo principal das vítimas do transtorno é ganhar a atenção e simpatia. O problema é tão complexo que virou tema de um dos episódios da 2ª temporada do seriado House. Na ficção, uma mulher é internada no hospital após um ataque epiléptico e é diagnosticada com a Síndrome de Münchausen.

O transtorno foi exposto em 1951 pelo médico Richard Asher, cuja origem do nome faz alusão ao barão alemão Karl Friedrich Hieronymus von Münchausen, famoso por contar histórias de guerra fantasiosas. Alexandre Caprio, psicólogo cognitivo-comportamental, afirma que os transtornos factícios estão classificados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR) e caracteriza-se pela produção intencional de sintomas físicos e psicológicos, com o objetivo de assumir o papel de doente.

De acordo com estudos, o indivíduo sofre de alguma espécie de carência e faz isso para obter atenção e cuidados. O paciente pode, por exemplo, alterar propositalmente o resultado de um termômetro para indicar febre, queixar-se de dores por todo o corpo (quando, na verdade, a dor não se manifesta) e até simular uma convulsão. “Se percebe que está sendo observado, há uma piora dos sintomas.

Alegam estar com depressão, ideação suicida, perda de memória, delírios ou até alucinações. Oferecem dificuldade em cooperar quando questionados ou avaliados e chegam a produzir intencionalmente infecções, diarreias, sangramentos, vômitos e muitos outros”, afirma Caprio. Uma vítima da síndrome de Münchausen procura constantes internações, indo de cidade em cidade na busca de uma nova equipe médica que possa autorizar sua hospitalização.

Permanece internada gerando sintomas até que a equipe médica desconfie. Quando desmascarado, o paciente nega tudo e foge, dando entrada em outros hospitais mais tarde. A imaginação e sofisticação de suas estratégias transformam qualquer parte de seu corpo em um alvo que embase um motivo para receber cuidado.

Diferente da hipocondria, a síndrome de Münchausen não pode ser confundida com transtornos de somatização (Transtornos Somatoformes). A somatização não é simulada ou produzida intencionalmente. Trata-se de uma real materialização de sintomas que provocam sofrimento, mesmo que estejam limitados à condição mental do paciente. O hipocondríaco, subtipo de transtorno somatoforme, realmente se sente doente. Já os portadores de transtornos factícios sabem que estão simulando e podem até correr risco de vida.

O diagnóstico de transtornos factícios, de acordo com Alexandre Caprio, também não se encaixa em situações onde a pessoa esteja tentando fugir de uma responsabilidade, como, por exemplo, uma criança que finge estar passando mal para não ir à escola. A motivação não é externa, e sim interna. “Comum em crianças e idosos, a motivação interna é, muitas vezes, embasada em uma carência por atenção.

Não é difícil vermos uma pessoa idosa se queixar de diversas dores na coluna e dizer que não consegue sequer se levantar, enquanto está sendo assistida. No entanto, depois que a família ou amigos se retiram, levanta-se e movimenta-se sem queixas.” A Síndrome de Münchausen por procuração ou indireta é também muito perigosa. Acontece quando um responsável ou cuidador provoca e forja os sinais ou sintomas.

“Nesse caso, pais inventam e simulam intencionalmente sintomas em seus filhos, vivendo uma vida de verdadeira peregrinação por hospitais junto com a criança. Tal comportamento coloca os filhos em situação de risco e é considerada uma forma de abuso infantil”, alerta Alexandre Caprio.
Esse tipo de transtorno é mais comum acontecer antes dos 5 anos da criança.

Tratamento é intensivo

O diagnóstico da Síndrome de Münchausen, em geral, é difícil, principalmente porque é necessário descartar os transtornos Somatoformes e síndromes como a fibromialgia, que geram pontos de dor pelo corpo sem causa aparente.

“Por ter consciência da simulação, o paciente esconde evidências e nega de todas as formas possíveis seu comportamento, recorrendo a dramatizações, alegando que ninguém acredita nele e muitas outras estratégias”, afirma o psicólogo cognitivo-comportamental Alexandre Caprio.

A Síndrome de Münchausen é um distúrbio difícil de tratar. Alguns especialistas acreditam que nem exista tratamento. De acordo com a psicoterapeuta Yara Monachesi, o tratamento da síndrome deve ser intensivo e longo, unindo medicação e psicoterapia. “O aconselhamento de um especialista vai atuar no comportamento da vítima. O tratamento deve fortalecer essa pessoa, fazendo com que ela perceba que não precisa ser perfeita e que aceite seus defeitos.”

domingo, 23 de setembro de 2012

REVISTA BEM ESTAR "DEIXE O AMOR ENTRAR" DE 23/09/2012

Participação de Alexandre Caprio no artigo "Portas abertas para o amor", páginas 6 e 7, Revista Bem Estar, Jornal Diário da Região (São José do Rio Preto/SP), Gisele Bortoleto, publicada em 23/09/2012. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MÃES TRABALHADORAS DEVEM DEIXAR A CULPA DE LADO

Fonte: participação de Alexandre Caprio em matéria publicada pelo Jornal Diário da Região, São José do Rio Preto/SP, jornalista Francine Moreno, edição de 19/09/2012:
http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Divirtase/Comportamento/109946,,Maes+trabalhadoras+devem+deixar+a+culpa+de+lado.aspx 


Comportamento
› Heroína real
São José do Rio Preto, 19 de Setembro, 2012 - 1:24
Mães trabalhadoras devem deixar a culpa de lado

Francine Moreno

Edvaldo Santos
Cintia Sotini trabalha e cuida do filho Gabriel; ela garante que o menino é sempre prioridade
Está complicado dividir o tempo entre a carreira e os filhos? Se você sofre com essa situação, saiba que não está sozinha. Estudos nacionais e internacionais comprovam que muitas mulheres também enfrentam esses conflitos e, em muitos casos, precisam escolher entre as crianças e o sucesso na profissão. Muitas delas estão insatisfeitas com o tempo destinado à família e outra parcela já abriu mão de um salário maior para diminuir a jornada de trabalho.

O dilema feminino tem aumentado diariamente porque também cresceu a presença feminina em escritórios e grandes empresas. Hoje, com habilidades e percepção diferenciadas, as mulheres exercem cargos de liderança e são maioria nas universidades. Antes humilhadas, tratadas como objetos e usadas para fins reprodutivos, agora elas garantiram os mesmos direitos que a lei garantia ao homem.

O problema é que, ao lutar pela igualdade, as mulheres acabaram tendo de dar conta até de uma tripla jornada de trabalho. E para a grande parcela delas, passar o dia inteiro fora, trabalhando, é motivo de culpa. Mas, a psicologia tenta acalmar o coração delas revelando que é importante que os filhos se sintam amados e seguros, que entendam que a mãe vai voltar após o trabalho e que a estabilidade financeira pode trazer mais tranquilidade ao lar.

Mas como se tornar uma mulher bem resolvida na prática? Kátia Ricardi de Abreu, psicóloga clínica e organizacional especialista em análise transacional, afirma que para manter harmonia em casa e no trabalho é preciso aceitar que não dá para ser perfeita. “É preciso desistir de ser a tal mulher maravilha, saber delegar, distribuir as tarefas domésticas e não se fazer escrava do lar. A praticidade da vida moderna ajuda muito.”

A mãe e profissional precisa entender, de uma vez por todas, que é preciso fazer escolhas - que podem até ser sofridas, mas necessárias. Quando a escolha é cuidar da carreira juntamente com o papel de mãe, é necessário se preparar. “O que é o melhor para ela é o que a mulher quer de verdade. Não adianta ficar 24 horas com os filhos e infeliz, pensando que poderia ser uma profissional realizada, e não adianta ser uma excelente profissional e não dar o mínimo de atenção e suporte para os filhos. Então, tudo depende da cabeça de cada um.”

O fardo de exercer múltiplos papéis não tem que ser só da mulher. “A vida do casal tem decisões e ações compartilhadas. Caminhamos ao lado de nosso cônjuge. Não sobre ele e nem sob ele. Todos devem participar da construção familiar e ter o seu papel definido. O homem pode ajudar na limpeza da casa, compensar a ausência da mãe, estar presente em reuniões de pais e mestres e muitas outras coisas. Amigos, tios, irmãos sempre podem ajudar”, afirma o psicólogo cognitivo-comportamental Alexandre Caprio.

A tecnologia é outra aliada da mãe profissional. Muitas mães monitoram seus filhos em casa por meio da localização via GPS de seus celulares. Algumas empresas de segurança oferecem um diferencial de monitoramento doméstico, que permite conexão e visualização das dependências da casa por meio da internet. “Podem, com isso, se conectar a qualquer terminal do trabalho para dar uma espiada nos filhos em casa. Com isso, sentem-se mais seguras e confiantes, e podem continuar a perseguir seus sonhos e metas profissionais sem culpa de ser feliz”, afirma Caprio.

Kátia Ricardi de Abreu afirma que é necessário ser flexível e tentar ter certo jogo de cintura com a rotina. “Cada dia é um desafio, cheio de surpresas. Quando a pessoa pensa que vai descansar no final de semana, o filho pode ter uma febre e necessita cuidados especiais. Por outro lado, os filhos crescem aprendendo a conviver com todas as limitações que as mães têm decorrentes das suas carreiras”, afirma a psicóloga.

É também essencial pedir ajuda. Seja contratar uma babá, o auxílio da mãe ou uma amiga. Isso quer dizer ter uma estrutura com plano A, B e C. A empresária Cintia Sotini, 28 anos, é uma mulher consciente de que precisa de colaboração.

Mãe de Gabriel, 7 anos, Cintia administra uma empresa familiar durante o dia e à noite faz faculdade de Direito. “A rotina é cansativa, mas consigo conciliar. Independente do que tenho que resolver, o Gabriel é assunto que sempre vai prevalecer. Quando ele tem que estudar para uma prova, eu tento faltar da faculdade para ficar com ele. Tudo para que ele não seja prejudicado.”

Cintia conta com a ajuda da mãe, Fátima, na rotina. “A escola dele fica ao lado da casa da minha mãe e isso facilita na questão logística. E quando ele não está na escola, ele fica sob os cuidados dela.” Para ela, mãe que trabalha fora sempre acha um tempo para o filho. Ontem por exemplo, Gabriel passou a tarde no escritório com Cintia.

Pontos positivos

Para a psicóloga Kátia Ricardi de Abreu, as mulheres precisam entender que hoje elas são mais respeitadas após essa independência financeira. A independência aumenta a sensação de capacidade e faz com que ela se sinta mais valorizada dentro e fora de casa.

Uma mulher desempregada, por exemplo, pode ter momentos de instabilidade e insegurança. “As mulheres independentes são mais respeitadas pela sociedade e já têm os modelos positivos das próprias mães, que também saíram para trabalhar. Esta geração de hoje é fruto das mães que geraram filhos trabalhando”, afirma.

Não seja traída pela cobrança interna

Mulheres que dividem seu tempo com a carreira e a família, geralmente, são tomadas pela culpa e tentam compensar sua ausência comprando tudo o que podem para os filhos ou atendendo seus desejos sem contestação. E isso é algo bastante ruim. “Esse comportamento tem criado uma geração de jovens mimados e ansiosos, que desconhecem o valor do dinheiro”, afirma o psicólogo cognitivo-comportamental Alexandre Caprio.

Para conciliar as duas funções sem criar um prejuízo na formação da criança, é preciso controle da permissividade. “Compensar o filho atendendo a todos os seus desejos é uma deseducação que, embora alivie a cobrança interna, gera efeitos ruins e, muitas vezes, permanentes no desenvolvimento da criança”, afirma o psicólogo.

O especialista diz que os filhos mimados tornam-se cada vez mais exigentes e intransigentes, e acabam sendo isolados dos amigos por não saberem respeitar a opinião alheia. “Indisciplinados, aprendem que tem apenas direitos, atribuindo os deveres apenas aos outros. É importante que deixemos claro que casos como esse não estão associados à vida profissional da mulher, mas sim à formação e educação dada aos filhos”, afirma Caprio. 

domingo, 16 de setembro de 2012

REVISTA BEM ESTAR "LIÇÕES DE VIDA", de 16/09/2012

Participação de Alexandre Caprio no artigo "O Poder das Palavras", páginas 10 e 11, Revista Bem Estar, Jornal Diário da Região (São José do Rio Preto/SP), matéria da jornalista Jéssica Reis, publicada em 16/09/2012.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O VÉU QUE NOS PROTEGE

Artigo: Alexandre Caprio

O Ignorante não sente falta do saber, assim como nossas avós não sentiam falta de um microondas. Não se sente falta do que não se conhece. Por isso os deveres dos alunos e a antiga autoridade do professor eram tão importantes. Eu digo "eram" porque não existem mais, como você que se interessou por esse texto já sabe tão bem. O ignorante tem que ser conduzido pelo caminho do saber até se dar conta do benefício que está recebendo. Quando ele desperta, torna-se eternamente grato ao seu professor. Mas até que isso aconteça, um conjunto de regras devem norteá-lo. Hoje essas regras são consideradas inadequadas. Destituído da consciência do que é melhor para ele, o aluno escolhe não estudar e não respeitar o corpo docente. Sob as asas do Estado, ataca, grita, insulta, bate e ameaça professores que, acuados e desestimulados, regridem em todos os aspectos. As leis protetivas desprotegem o menor ao permitir que ele defina o que não tem idade nem preparo para definir sozinho. Sem família, sem educação e sem dinheiro, encontrará meios de atender seus desejos e necessidades. Vazio por dentro, precisará de celular, tênis com amortecedores, camisetas de marca e outros apetrechos para mostrar seu valor e ser aceito em seus grupinhos. A droga é regra dessa aceitação. Agora o dinheiro tem que ser suficiente para o vício também. Se não conseguir extorquir a família, tirará da sociedade à força. E aí, caros colegas, temos o inevitável fruto da ignorância não combatida: temos um bandido. Um bandido criado pelo Estado, pelo sistema que deveria nos proteger, mas que economiza para a próxima campanha. Um governo que prioriza grupos, coligações, mas não sociedade e cidadãos. Uma elite que apenas não mudou de postura ainda, porque a justiça não faz questão alguma de responsabilizar o criador, ao invés da criatura. Nossos representantes plantam a violência, e nós a colhemos. Criam o problema para venderem a solução de quatro em quatro anos. O preço? Para muitos, suor, sangue e lágrimas. Para poucos, meras estatísticas em uma folha limpa de papel, cuidadosamente guardada para o próximo debate na TV.